Artigo Exclusivo II

Como surgiu o REMAR, por Mauro Destri


16/04/2021 19:42
Como surgiu o REMAR, por Mauro Destri Visualizações: 415

Resgato aqui trechos de outro artigo que escrevi sobre o tema, entendendo ser uma oportunidade para outros lerem e alguns recordarem.

Analisando o desempenho de campos produtores no pré-sal podemos inferir que este vai muito bem, obrigado. Hoje a produção nestes campos já beira os 70% da produção nacional. Voltando nosso olhar para a produção em campos Onshore, vemos que apesar de sua pequena produção atual, algo em torno de 90mbpd, podemos observar que, dois fatores estão sendo preponderantes para uma virada nesta realidade de produção: a) desinvestimentos da Petrobras em seus campos Onshore, o que possibilita que novas operadoras possam adquirir tais campos e, com foco, aumentarem sua produção, e conseguem estender sua vida útil e, consequentemente seu fator de recuperação; b) O REATE, um programa interministerial adotado por todas as instituições ligadas ao setor de O&G que, com uma série de medidas, está transformando a realidade de produção em campos no Onshore brasileiro, trazendo uma diversidade de operadoras nunca antes experimentada na indústria de O&G no país.

Institucional

Mas então me veio a pergunta inquietante: Mas e os Campos e/ou acumulações Maduras e Marginais no Offshore brasileiro, com todos os seus problemas e queda acentuada da produção e pífios resultados em termos de FR quando comparados a campos similares mundo afora?

E a resposta foi: Preciso pensar em algo, precisamos de um programa que, a exemplo do REATE, possa dar uma salto na gestão e produção destes campos, permitindo principalmente dois pontos centrais: 1) Postergar ao máximo seu descomissionamento e, 2) aumentar seu fator de Recuperação, aproximando-o da realidade de campos maduros e marginais no resto do mundo.

Tive então a ideia de criar um programa espelho ao REATE que batizei de forma livre de REMAR (hoje o nosso PROMAR), que também tenha uma abrangência interministerial e capilaridade similar ao REATE por todas as instituições que atuam no setor e, outras que ainda não sabem, mas que também devem apoiar a ideia.

Este programa teria como objetivo principal identificar oportunidades de estímulo à atividade de E&P de petróleo e gás natural em campos e/ou acumulações maduras e marginais NO MAR e, a manutenção e desenvolvimento da visão da sua importância econômica para o desenvolvimento da região e do país, e foi assim que conduzi todos os passos acima destacados.

Divulgação

Benefícios imediatos de um programa dessa envergadura:

a. Criar arcabouço regulatório adequado a campos maduros e marginais no mar.

b. Aumentar agilidade e eficácia do licenciamento ambiental;

c. Medidas de indução ao desenvolvimento do suprimento local devem ser vistos como prioridade;

d. Aumento da Fração recuperada e do Fator de Recuperação;

e. Mobilização de instrumentos que facilitem o acesso de pequenas e médias empresas fornecedoras a tecnologias mais modernas adaptadas às necessidades de campos maduros e marginais OFFSHORE, geradas por universidades e instituições de pesquisa. Outro mecanismo seria a criação de medidas de apoio tecnológico aos fornecedores;

f. Novos critérios licitatórios para tornar blocos exploratórios da oferta permanente mais atrativos;

g. Atrair investimentos em exploração e produção em bacias de fronteira exploratória;

h. Reter, atrair e formar mão de obra especializada;

i. Regular uma transição entre cedente e cessionária em processos de desinvestimento, que traga segurança jurídica e celeridade para as partes;

j. Manutenção e/ou aumento da arrecadação de tributos, principalmente como consequência da extensão da vida útil dos campos e unidades;

k. Manutenção e/ou aumento da distribuição da riqueza em toda a cadeia.

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Finalmente, entende-se que o REMAR, mais que um projeto para desenvolvimento de um setor produtivo no país, seria uma necessidade imperial para várias regiões que orbitam em torno da exploração e produção de petróleo; mantendo em constante equilíbrio e crescimento os fatores de produção como os conhecemos: Terra / Trabalho / Capital. Mas o melhor de tudo isso é que o MME, ANP e os diversos órgãos reguladores assim como toda a sociedade civil organizada em torno da cadeia produtiva de O&G, entendeu da mesma forma.

Sobre o autor: Mauro Destri é presidente da Destri Consulting

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